Atualmente sabemos que a cirurgia bariátrica promove melhora duradoura e dramática do diabetes tipo 2 (DM2), por isso denominamos “Cirurgia metabólica “ ou “Cirurgia do Diabetes”.
Numerosos estudos (ensaios clínicos randomizados), demonstraram que a cirurgia bariátrica / metabólica tem controle glicêmico superior e redução de fatores de risco cardiovasculares em pacientes obesos com diabetes tipo 2 em comparação a intervenções com medicamentos e mudança no estilo de vida .O trato gastrointestinal é um importante contribuinte para a homeostasia glicêmica (controle do açúcar no sangue) e evidências crescentes, especialmente na última década, demonstraram benefícios da cirurgia bariátrica / metabólica no tratamento e prevenção da diabetes tipo 2 .Além de induzir melhorias metabólicas relacionadas à perda de peso, algumas operações promovem mecanismos que melhoram a homeostase da glicose independente da perda de peso , tais como alterações nos hormônios intestinais, metabolismo dos ácidos biliares, microbiota, glicossíntese intestinal e absorção de nutrientes. A cirurgia bariátrica / metabólica pode manter efeitos benéficos por longos períodos, como demostrou um estudo observacional de 20 anos (Association of bariatric surgery with long-term remission of type 2diabetes and with microvascular and macrovascular complications. JAMA 2014;311:2297–2304), embora os benefícios possam diminuir com o tempo, com ou sem recuperação do peso.
Dado seu papel na regulação metabólica, o trato gastrointestinal constitui um alvo significativo para o manejo do diabetes tipo 2. Com base em tais evidências, a cirurgia metabólica deve ser recomendada em pacientes com obesidade classe III (IMC igual ou maior que 40 kg/m2) e naqueles com obesidade classe II (IMC 35,0–39,9 kg/m2) e diabetes tipo 2 quando a hiperglicemia é inadequadamente controlada pelo estilo de vida e terapia médica ideal. A cirurgia também deve ser considerada para pacientes com diabetes tipo 2 e IMC entre 30,0 e 34,9 kg/m2, caso a hiperglicemia seja inadequadamente controlada, apesar do tratamento ideal com medicações orais ou injetáveis.
(Fonte:
Dra. Andréa Furlan
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