Uma análise conduzida por especialistas da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp) examinou a relação entre a disbiose intestinal - um desequilíbrio na composição da microbiota intestinal - e suas possíveis conexões com doenças neurológicas e psiquiátricas. A pesquisa multidisciplinar, envolvendo profissionais das áreas de neurologia, medicina do sono e nutrição, evidenciou a interação entre a microbiota intestinal e o cérebro.
Os resultados apontaram para uma relação estreita e bidirecional entre a microbiota intestinal e o sistema nervoso central (SNC), sugerindo que o desequilíbrio desses micro-organismos pode influenciar significativamente o desenvolvimento, a função e os distúrbios do SNC.
A microbiota intestinal, composta por trilhões de bactérias, é um ecossistema dinâmico que pode ser afetado por uma série de fatores, incluindo dieta, metabolismo, idade, estresse, temperatura, padrões de sono e uso de medicamentos.
Um correto equilíbrio na composição da microbiota intestinal é vital para a saúde mental e física, para a prevenção e controle de diversas doenças.
O estudo demonstra que a modulação da microbiota intestinal através de probióticos, dieta e prebióticos pode ter um impacto positivo na saúde mental e na redução do risco de doenças neurodegenerativas.
Além disso, a pesquisa indica que o uso de probióticos pode ser uma estratégia eficaz para restaurar o equilíbrio microbiótico e aliviar sintomas associados a doenças psiquiátricas e neurológicas.
Embora mais pesquisas sejam necessárias para compreender completamente essas relações complexas, os resultados sugerem que a saúde intestinal desempenha um papel fundamental na saúde do cérebro e que intervenções direcionadas à microbiota intestinal podem oferecer novas abordagens terapêuticas para uma variedade de condições neurológicas e psiquiátricas.
Dra. Andréa Furlan
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